Chegados ao Porto, apressadamente fomos "enfiados" dentro do Silver Sky, amontoados como sardinhas em lata. Alguns, enquanto aguardavam na fila ainda se lembraram, e em boa hora, de arrombar os caixotes de madeira que se encontravam no cais e que, ainda não haviam seguido o seu destino...
Entretanto, é dada a ordem para zarpar informando-nos que ficaríamos ao largo até que as coisas em terra acalmassem....Apagaram-se as luzes, ouviram-se os motores e, là fomos nós de mansinho esconder-mo-nos em alto mar...
As horas passavam, a fome apertava...as crianças choravam...os adultos suspiravam... Apenas o click dos enlatados e das latas de leite condensado, retirados do Porto no momento do embarque, quebrava a monotonia daquela atmosfera de angustia e incerteza que respirávamos naqueles instantes...
As poucas notícias que nos iam chegando não eram nada favoráveis e, com o passar das horas, veio-nos a certeza de que para trás já não voltaríamos: O único barco que entretanto conseguira deixar o Porto, zarpando no nosso encalço, chega até nós com duas pessoas com ferimentos de bala, trazendo as piores notícias possíveis...
A palavra de ordem era salvar vidas....a alternativa, seguir em frente mesmo que rumo à terra do nunca...
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